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DVD ELVIS BY THE PRESLEY'S

EXTRAIDO DO FANZINE ELVIS TRIUNFAL 16

 

Por Marcelo Neves

Elvis by the  Presleys lançado quase 30 anos depois de sua morte registra bem o que a família de Elvis pensava sobre ele. Se trata de um DVD duplo com imagens raras, às vezes repetitivo e cansativo, mas interessante. É uma verdadeira maratona, são mais de 3 horas de filme! Priscilla diz logo no início que estavam relutantes de dizerem ao mundo como era Elvis de fato. Basicamente o que está no documentário está contido no livro “Elvis e Eu” lançado pela própria Priscilla na década de 80. Mesmo assim é um documentário muito interessante, pois são relatos de pessoas que conviveram realmente com Elvis que contam detalhes curiosos de sua personalidade. Nem todos os fãs gostaram do que viram no filme, afinal não teremos no longa depoimentos de fãs, mas pessoas que tinham com Elvis um relacionamento diferente. Priscilla olhava para Elvis como seu marido e assim ficou esperando que esse papel se cumprisse durante o período em que ficou casada. Infelizmente para ela não foi possível e tudo acabou em 1972. Esse é o grande clima do documentário, o Elvis “humano”, suas qualidades, suas fraquezas, sem meias palavras. Nosso fanzine vai fazer um resumo do filme comentando cada capítulo. Esperamos que goste!

 

1°. CAPÍTULO – ELVIS MEETS PRISCILLA

Imagine o que deve ter passado na cabeça de uma garotinha de 14 anos conhecendo o maior ídolo mundial daquele período e vendo esse ídolo se apaixonar por ela?  Para até um conto de fadas, mas aconteceu de fato quando Elvis esteve em serviço militar na Alemanha no final da década de 50. O pai de Priscilla era um oficial do exército, o que facilitou ainda mais a aproximação de Elvis com a família de Priscilla. Nem a própria Priscilla entendia o que Elvis tinha visto nela! Por que um cantor tão desejado pelas mulheres de todos os cantos do mundo, iria se interessar por uma estudante da oitava série? Elvis então como 24 anos se encantou com a menina 10 anos mais jovem. Queria vê-la com freqüência em sua casa na Alemanha, mas para conseguir isso deveria conversar com os pais da menina. Elvis foi até lá e com muita educação foi conhecer a família Beaulieu. O pai de Priscilla foi logo no assunto, sem meias palavras, queria saber o que ele pretendia com sua filha! Elvis disse com total convicção que estava apaixonado por ela! Os pais de Priscilla ficaram abismados com o Elvis que acabavam de conhecer, totalmente diferente do astro que desenhavam na mídia! Tratando a todos como Sr. E Sra. Elvis conquistou a futura sogra e também o sogro! A confiança foi tanta que Elvis não tocou sexualmente Priscilla até o dia do casamento, cumprindo sua promessa (segundo Priscilla). Algo que a pertubava muito era o fato de várias atrizes ficarem no encalço de Elvis durante as filmagens em hollywood! Em alguns casos Elvis admitia sua infidelidade e pedia perdão de seus erros. Porém, Priscilla não se aprofunda em suas traições com Mike Stone, o que também é pouco explorado em seu livro. Neste primeiro capitulo do DVD você verá imagens de Priscilla aos 14 anos de idade acompanhando Elvis em sua partida da Alemanha. Priscilla até o acompanhou em seu carro ao aeroporto. Se virou na despedida e disse adeus a Priscilla conforme o prometido. Além disso, ganhou o uniforme que Elvis usou no exército.  

2°. CAPÍTULO – ELVIS INTRODUCING Mrs. PRESLEY

Neste capítulo Priscilla conta como foi morar em Graceland depois do convite de Elvis. Segundo ela, estava assustada e não sabia o que iria encontrar pela frente. Havia conhecido Elvis num período em que estava segundo ela, “vulnerável” . Sua mãe acabará de morrer e estava “sozinho” na Alemanha. Quando Elvis voltou aos Estados Unidos encontrou de novo a fama e a rotina de filmes, era um “Elvis” diferente do que conhecera na Alemanha. Patsy Presley (prima de Elvis que freqüentava Graceland na época) disse que reparou na beleza de Priscilla, chegando a compara-la a uma bonequinha. Jerry Schilling afirma neste capítulo que Elvis a protegia e não gostava que outros conversassem com Priscilla, afinal era sua garota! Mas segundo Jerry aquilo era um mundo de solteiros e para uma garotinha daquela idade, entender isso seria muito difícil. Elvis mantinha a pose de solteiro por uma exigência da carreira e por orientações que passavam a ele. Naquela época um ídolo do Rock deveria ser solteiro. Caso chegasse a público que mantinha uma adolescente em sua mansão, poderia também arruinar sua carreira. Mesmo quando a notícia começou a circular em algumas revistas e programas de rádio, Elvis negava a história. Até o áudio destas entrevistas pode ser ouvida no DVD. Enquanto Elvis trabalhava em seus filmes, Priscilla ficava em Graceland cuidando da avó de Elvis que acabou formando uma longa amizade! Priscilla revela que como Elvis era um sulista, acreditava que o homem deveria trabalhar e dar sustento a sua casa, a mulher ficaria encarregada então de cuidar da casa e dos filhos. Mas Priscilla e Patsy fazem questão também de tocar em suas qualidades que eram sem dúvida superiores aos seus defeitos. Procurava sempre tratar bem os amigos, as esposas dos amigos, os empregados e os fãs. Jerry comenta neste capítulo o quanto era prazeroso fazer parte da Máfia de Memphis e do grupo de amigos de Elvis. Todos prezavam pelo sigilo em relação a Elvis. O sigilo e a confiança eram muito prezados por Elvis. Uma traição era algo que o desestabilizava, vide exemplo do lançamento dos guarda costas em 77. É também neste capítulo em que o casamento de Elvis é apresentado com imagens bem interessantes da época. Fato interessante é que nem a irmã de Priscilla sabia que a irmã iria se casar, só ficou sabendo horas antes. Um casamento que se tornou apesar de sua simplicidade um marco em Las Vegas. Alguns autores de livros afirmam que o casamento foi decidido pelo Coronel Parker que afirmava a Elvis que aquela situação poderia prejudicá-lo, afinal Priscilla estava em Graceland há alguns anos antes do casamento.

3º. CAPÍTULO – THE INNER CHILD

Elvis era um excelente pai e marido segundo Priscilla e Patsy. Ele adorava a família desde os tempos em que era criança em Tupelo. Tinha grande facilidade de lidar com crianças e principalmente com Lisa sua filha. Elvis adorava a pequena Lisa e a superprotegia. Como era filha de um “Rei”, teve tratamento de princesa. Apesar de ser uma criança, Lisa tinha noção da força de seu pai e ameaçava os guarda-costas se não fizesse seus desejos! Neste capítulo Jerry Schilling lembra de um episódio engraçado. Os fãs ficavam gritando “ELVIS!!” do lado de fora de Graceland. Lisa escutava esses gritos e começava a olhar para Elvis e gritar” ELVIS!!” Aquilo fazia Elvis dar muitas risadas! Quando estava brincando com Lisa, mais de parecia com outra criança. Segundo Patsy, Elvis era um “garoto grande”, tamanhas travessuras que aprontava durante o dia. Às vezes alugava um parque de diversões chamado Libertyland só para ele, sua família e seus amigos. Lá podia voltar a ser criança novamente e trazer alegria aos que estavam a sua volta. Elvis tinha uma preocupação constante em deixar as pessoas a sua volta felizes, para isso não media esforços. Segundo Patsy conviver ao lado de Elvis era muito especial, pois sempre haviam coisas a se fazer. Era como se estivessem de férias o tempo todo e quem não gostaria de viver uma vida assim. Cuidar de animais também era outra fonte de diversão para a família “Presley”. Eram cavalos, chipanzé, galinhas, vacas etc. Já era um costume quando Gladys ainda estava viva e que Vernon também perpetuou até o fim de sua vida.

4°. CAPÍTULO - THE GENEROUS

Ele adorava o Natal para reunir toda a família e comemorar. Até mesmos os fãs não eram esquecidos, Elvis decorava o jardim da Mansão para desejar um “feliz natal” a todos. O pai de Elvis, Vernon se vestia de “Papai Noel” para levar os presentes a Lisa, aquela brincadeira enchia Elvis de felicidade, que procurava realizar os sonhos daqueles a sua volta. Neste capítulo que acho o mais interessante do documentário, mostra o Elvis generoso que não era apegado às coisas materiais. Ele ajudava pesquisas sobre o câncer, para a paralisia infantil, hospitais, fãs em dificuldades financeiras, amigos mais próximos, instituições de caridade e obras para a população carente de Memphis. Fora contar o Memorial Arizona em tributo aos veteranos de guerra. Esse é o lado que nós fãs conhecemos mas que a mídia pouco se esforça em lembrar quando se fala em Elvis Presley. Elvis adorava ajudar as pessoas e não aceitava um “não” como resposta. Seu gesto acabou sendo perpetuado por Lisa e Priscilla, assim como os mais de 600 fãs clubes espalhados pelo mundo.

5°. CAPÍTULO - THE SEEKER

Elvis buscava vários tipos de religião e segundo sua família na busca do propósito de sua vida. Elvis se questionava com muita freqüência por que fora escolhido por Deus a ser o ídolo que era. Procurava encontrar qual seria sua missão na terra. Segundo Priscilla e Lisa, Elvis tinha em sua cabeceira dezenas de livros espirituais e esotéricos. Acreditava em anjos e alienígenas e adorava “pregar” a Bíblia para as pessoas ao seu redor. As pessoas ficavam perplexas de ver alguém como Elvis se preocupando em levar palavras de sabedoria a quem estivesse a seu alcance. Por isso acabou colocando em toda sua carreira canções gospel ou que remetiam as pessoas a uma reflexão. Ler livros espirituais sempre foi um costume para ele, mas durante a década de 60 foi o período de maior intensidade, já que atravessava uma grande mudança em sua carreira. Por estar passando por turbulências era natural querer buscar essas respostas. Costumava sublinhar as partes que mais chamavam a atenção e que tinham a ver com o momento que estava passando. Elvis não era de freqüentar igrejas depois de famoso, mas era sim extremamente religioso e buscava não se afastar de sua religiosidade através da leitura. Também acreditava na reencarnação e na numerologia e segundo o próprio Elvis seu número era o “8”. Segundo Jerry, quando Elvis descobriu seu número, também descobriu algumas associações sombrias a seu respeito, que teria muita liderança, mas que morreria muito jovem!

6°. CAPÍTULO - THE KING

Neste capítulo você conhecerá particularidades que só mesmo quem conviveu com ele para saber. Segundo Priscilla Elvis era contra a “Libertação Feminina” que ocorrera nos anos 60. Na coletiva do Madison Square Garden uma repórter pergunta a Elvis o que achava do tema. Elvis disse que não gostaria de falar sobre esse assunto. Mas devemos olhar para a cultura em que Elvis fazia parte. Ainda mais na região sul considerada caipira dos Estados Unidos. Naquela época os homens não estavam ainda acostumados com a igualdade feminina, era um momento de mudança de costumes sociais. Priscilla afirma com convicção de que Elvis realmente gostava de sua família e de sua esposa, mas acreditava que ter outras aventuras não iria destruí-la. Quando isso aconteceu chegou a ligar muitas vezes para os pais de Priscilla conversarem com ela devido a separação. Para muitos o declínio psicológico de Elvis começou depois da separação. O curioso é que Priscilla começou a ter mais contato com Elvis depois da separação do que quando estavam casados. Na saída do Tribunal de Santa Mônica Elvis e Priscilla saíram de mão dadas, mostrando realmente que a separação não iria acabar o sentimento que havia. Elvis proporcionava vários passeios a todos ao seu redor, dava carros, casas, dinheiro, por isso acreditava que nada iria faltar a essas pessoas. Quando alguém reinvidicava algo era incompreensível para ele.

7°. CAPÍTULO – AFTER DARK

Elvis sofria de insônia desde a adolescência. Já nos anos 50 dizia isso em suas entrevistas e quando entrou no exército tinha que obedecer horários rigorosos. Para conseguir dormir no horário certo e acordar no horário certo começou a usar medicamentos. Esses medicamentos seriam usados até o fim de sua vida. Este é o capítulo que retrata como a família Presley acompanhou os últimos anos de Elvis. Priscilla conta que Elvis era extremamente carinhoso e sensível longe dos amigos, mas quando estava com eles mudavam de personalidade, era como se incorporasse uma personagem. Talvez os pontos mais delicados são tocados neste último capitulo. Segundo Priscilla Elvis abusava das drogas legais receitadas pelo médico, mas não se considerava um viciado em remédios. Ela acredita que Elvis realmente morreu acreditando nisso. Todos ao redor tentaram ajuda-lo, os amigos, o pai, as namoradas, família e Priscilla. Mas como se tratava de alguém com 42 anos ele se responsabilizou por seus riscos. Elvis havia perdido o controle de sua vida nos últimos anos. A desestruturação de sua família  pode ter sido uma de suas frustrações como a própria Priscilla revela no documentário. Ela não imaginava que a família era tão importante para ele até o momento da separação. Priscilla imaginava que ele iria superar aquela fase, mas não foi o que acabou acontecendo. Lisa pede que pare a entrevista quando começa a lembrar do dia da morte de seu pai. Lisa nunca gostou de falar sobre isso, apenas nos últimos anos é que se viu entrevistas com ela falando sobre o fato. O impacto da morte de Elvis foi gigantesca para familiares e fãs em todo o mundo. Neste capítulo a família Presley revela como isso foi traumático para eles. Priscilla faz o seguinte comentário “Ele era tão jovem...tinha apenas 42 anos”. Havia muito ainda a ser feito, a ser vivido, mas a contribuição de Elvis para a cultura mundial foi algo gigantesco. Ele morreu querendo descobrir sua missão, mal sabia que tinha cumprido algo que poucos na humanidade conseguiram, motivar o amor entre as pessoas. Até hoje 31 anos depois de sua morte os fãs se encontram, lembram do Rei, fazem eventos beneficentes onde promovem momentos felizes. O DVD duplo Elvis by The Presleys também apresenta capítulos “bônus” no DVD 2. Esses capítulos também serão analisados a seguir são eles: Elvis on Stage (dedicado aos shows); Elvis Style (dedicado ao estilo “Elvis”); Taking Care of Business (Dedicado aos negócios com o Coronel Parker) e Elvis Forever (mostrando como a obra de Elvis resiste até hoje, tantos anos após sua morte).

ELVIS ON STAGE – É interessante ver o depoimento de Lisa sobre os shows de Elvis. Quando estava na escola, a limusine preta parava em frente ao colégio trazendo alegria a Lisa. Ela sabia que Elvis queria que estivesse em seu show. A menina então o acompanhava nos bastidores até o término da introdução de 2001 uma odisséia no espaço. Aquilo segundo Lisa era eletrificante. Mesmo sabendo que era seu pai, não havia como não ficar emocionada e orgulhosa de estar  ao lado de tamanho superstar. Elvis apesar de anos de estrada tinha dúvidas se as pessoas iriam gostar dele no show. O próprio áudio de Elvis aparece neste capítulo comentando isso. Ele sabia também que as pessoas que pagam para ver um show, devem ver o “SHOW”. Por isso dava o seu máximo em cada apresentação, para que as pessoas tivessem essa sensação!

ELVIS STYLE – Neste capitulo mostra a originalidade de Elvis em relação a sua forma de se vestir ou de decorar sua casa (Graceland). Se é cafona ou não, mostra que Elvis era autêntico, fazia aquilo que achava interessante e não porque estava na moda. Ele foi o primeiro a usar os macacões, depois deles outros artistas começaram a usar também. Ele acabou de certa forma criando um “estilo” Elvis de se vestir. Até hoje é muito comum as pessoas associarem certas roupas dizendo “Esta bem Elvis hein”. Basta levantar um colarinho e pronto, a associação é logo feita. Lisa revela que Elvis adorava se vestir bem e sempre estava arrumado, até dentro de sua casa. Não gostava de usar Jeans pois era a roupa que usava quando era pobre e trazia péssimas recordações. Uma curiosidade sobre o Jumpsuit Aloha Eagle usado no especial no Hawaii é que sua prima Patsy o usou antes do show. O traje ficou em sua casa e por brincadeira vestiu para ver como Elvis se sentiria! É claro que Elvis não ficou sabendo da brincadeira. Elvis adorava decorar e reinventar coisas. O avião particular Lisa Marie, também foi todo alterado por Elvis. Para isso convidou Priscilla que na época já estava separada dele, para escolher as cores internas do avião.

TAKING CARE OF BUSINESS

A relação entre Elvis e Coronel Parker era de amor de ódio como retratam no documentário. Jerry coloca um detalhe importante, Elvis em sua opinião necessitava de alguém para colocar-lhe limites, já que era intenso o tempo todo. Mas ao mesmo tempo, os limites não poderiam podá-lo criativamente. O Coronel conseguiu ótimos contratos para Elvis, mas também fechou contratos ruins. Conseguiu ótimos desafios artísticos, mas também sufocou Elvis com tamanha agenda de shows. Priscilla revela o descontentamento de Elvis devido aos filmes que fazia nos anos 60, em alguns casos jogava o roteiro no chão e xingava devido a baixa qualidade do material. Ele tinha certeza que os fãs mereciam um filme de mais qualidade, mas foram raras as oportunidades.

ELVIS FOREVER

Com a morte de Elvis a EPE (Elvis Presley Interprises) se viu numa luta judicial pelos direitos do nome Elvis. O Coronel foi processado e perdeu a causa. Depois disso o controle ficou nas mãos de Priscilla e Lisa Marie. Neste capitulo Lisa fala com ódio dos aproveitadores que tentam ganhar dinheiro a custa do nome Elvis. Comenta do sucesso que Elvis obteve em 2002 com a música “A little Less Conversation” e de como é complicado proteger sua obra. Além desses capítulos bônus você terá acesso a mais matérias especiais como o encontro de Elvis com Nixon e sua adoração pelo Karatê com imagens raras. Fotos da família e dos singles que ocuparam o primeiro posto também estão dispostos em galerias. É com certeza um grande documentário para quem quer se aprofundar em detalhes mais íntimos da vida de Elvis